Wednesday, January 28, 2009

Havia no ar um traço de esperança
Havia na flor um cheiro de alegria
Havia na alegria um gosto de Amor
Havia no Amor um encanto...
E em cada canto eu via
a Via por onde eu devia (ou não devia?) ir.
Ouvi no silêncio uns passos
eram os meus passos que iam
para onde os seus passos iam.
Havia um deserto
e um sonho
Havia uma miragem
e uma descoberta!
(ALBrito)

Tuesday, January 27, 2009

Não há dúvida...
Ele está conosco
no meio de nós
Ele está atento
a cada instante e nos socorre sempre.
Ele ilumina
nossas noites escuras
Acalma as tempestades
que nos ameaçam
Ele nos socorre
mesmo quando tudo parece perdido
Ele abre portas,
aponta saídas,
cria alternativas.
Ele nos dá coragem e força
quando medrosos e fracos pensamos em desistir
Ele nos consola
quando a dor faz brotar da alma
rios de tristeza
Ele nos procura
quando dEle nos escondemos
Ele nos encontra
quando perdidos não sabemos que direção tomar
Ele nos escuta e
nos responde
Ele nos acolhe e
nos aquece
nos seus braços
Ele nos dá sempre uma nova chance
Ele nos Salva
Ele nos Ama.
ABrito-2009

Sunday, January 25, 2009

Banhei meu rosto na fonte das memórias
A mente transbordou lembranças
Os lábios esboçaram o mais doce sorriso,
o mais doce que eu lembro ter dado
desde a tenra infância
E a saudade encheu de estrelas o meu olhar...

Abrito, NY 2008

Wednesday, January 21, 2009


“Compartilhemos nossas similaridades, celebremos nossas diferenças.”

Li esta frase no papel de um bombom que me deram. Reli várias vezes e várias vezes refleti no significado dela. Tenho a impressão de tê-la ouvido várias outras vezes, dita por várias outras pessoas em tempos e situações diversas ou adversas, talvez. Não sei se teve o mesmo impacto de agora, se ecoou tanto no meu interior como agora.

É fácil compartilhar similaridades. É como se duas ou mais pessoas, ao se olharem na superfície de um espelho, enxergassem a mesma imagem.. É como se ao ouvir a fala de alguém identificássemos em cada palavra, em cada gesto, em cada entonação, a nossa própria fala. Não há muito a dizer quando se compartilha semelhanças. Não há o que se questionar. Não há o despertar para algo novo. Estamos repetindo uns para os outros o que já é por demais conhecido. Pode ser bom, ou não. Tedioso ou confortável. Alguém dirá: “Nossa, que legal somos iguaizinhos, almas gêmeas!”; outros dirão: “Tédio, tédio, tédio...melhor morrer a viver nessa mesmice torturante”. Ou quem sabe, alguém se arrisque a propor uma olhada “através do espelho” na tentativa de encontrar alguma diferença, por mínima que seja.

Não é fácil celebrar diferenças. Mas com certeza é possível e extraordinariamente enriquecedor. Notas diferentes, formam a canção. Cores diferentes, formam o arco-íris.A celebração das diferenças resulta da soma delas. Ao somarmos nossas diferenças acrescentamos sabor, cor, cheiro, toque, magia, na vida de cada um. Passamos a enxergar, nas diferenças, a singularidade (a verdade) de cada pessoa, os seus dons, seu jeito único de ser e de se expressar, seus sonhos, seus medos, sua força, suas preferências, enfim, passamos também a nos conhecer melhor, a melhor identificarmos a nossa singularidade. Ao nos percebermos diferentes, ao conseguirmos somar nossas diferenças, compreendemos enfim, que é possível haver “unidade na diversidade” e aí reconhecemos a beleza, a riqueza e a maravilhosa aventura de viver bem.

O problema é que desde cedo ouvimos dizer que “é melhor evitar o que nos divide (diferenças) e tratarmos do que temos em comum (semelhanças)”. Isso até que pode funcionar ao se tratar de crenças, de partidarismo, de idéias fanáticas, para se manter a “pseudestesia”, mas não funciona se quisermos, de fato, buscar a verdade que constrói e liberta.

Cada um possui a Verdade em si. Mas esta Verdade se torna “verdades” ao se somar a nossa subjetividade, nossas atividades psiquicas, nossos sentimentos, emoções, vontades, enfim, ao se misturar ao complexo físico, biológico, psicológico, espiritual que somos.

Ninguém é dono da verdade. Precisamos ter a humildade para admitir isso e a consciência clara de que mesmo não concordando e não aceitando as diferenças da outra pessoa, temos o dever de respeitá-la pelo que ela é. Julgar, discriminar, excluir são verbos que não condizem com o perfil de um ser humano dotado de razão, inteligência e sentimentos.

Ao somarmos nossas diferenças, nossas singularidades, poderemos então celebrar a Verdade que ilumina, liberta, enriquece e salva.
ABrito/ NY 2009

Thursday, January 15, 2009

Chesley "Sully" Sullenberger - Piloto

“Miracle on the Hudson”

Milagre no Hudson, é assim que a População Novaiorquina está se referindo ao que aconteceu na tarde de hoje no leito do Rio Hudson, um dos rios que cortam a Cidade de New York, dividindo o Estado de New York e New Jersey. Um Avião da US Airways que decolou do Aeroporto La Guardia, fez pouso de emergência no rio Hudson. As 155 pessoas a bordo sobreviveram. O avião pousou sobre as águas do rio de forma estável o que manteve a tranquilidade de todos que estavam a bordo.

O Piloto foi considerado herói pelo excelente trabalho numa situação de extremo perigo como essa. Heróis também o pessoal da guarda costeira, da policia de New York, além dos anônimos que ajudaram no resgate .
Heróis também os passageiros e a tripulação que mantiveram a tranquilidade, numa atitude que surpreendeu a todos. Não se via desespero, não se ouvia choro, grito ou manifestação de revolta, medo ou raiva. Inacreditável! Esta foi a palavra mais dita hoje aqui em New York.

Um passageiro ao falar com um repórter disse que quando o Comandante avisou que faria um pouso de emergencia e que as pessoas estivessem preparadas, viu algumas pessoas rezando e ele também começou a rezar e dai não sentiu medo algum. Inacreditável! É o que podemos dizer ante tamanho mistério.

Este fato ocorre num momento especial na vida dessa gente: A crise econômica e a recessão que afetam profundamente o sistema e a vida das pessoas, e a expectativa de mudança, com a eleição do primeiro Presidente Negro dos USA a tomar posse logo mais.

E eu lembrei aquele momento em que Jesus estava no Barco com os Apóstolos quando uma terrível e ameaçadora tempestade caiu sobre eles levando a turma ao pavor. Jesus estava dormindo ou talvez apenas quietinho no seu canto aguardando a reação dos amigos, que logo clamaram por socorro. Ele ordenou que a tempestade se acalmasse e o Milagre aconteceu.

Quem iluminou aquele piloto, quem o dirigiu, quem lhe concedeu tamanha sabedoria e discernimento, auto-controle, calma, naquele momento de extremo stress? ... Algumas pessoas naquele avião rezavam... e um novo Milagre aconteceu!

Parabéns a todos os heróis que viveram “O Milagre no Hudson”. E uma prece de Ação de Graças a Deus.
Que este Milagre diga algo mais a esta gente e a todos nós.

ABrito, NY Jan 15, 2009.

Monday, January 12, 2009


Não importa quanta estrada ainda há pela frente...
Importam os passos que já foram dados,
Os caminhos já percorridos.
Não importa se hoje o sol não apareceu...
Importam as manhãs iluminadas que já vivi
e a certeza de que logo, logo, o sol brilhará novamente.
Não importa se não obtive sucesso em tudo que fiz
Importa que tudo o que fiz foi tudo o que pude fazer,
e o fiz com alegria e vontade de acertar.
Não importa se quem eu encontrei me voltou o rosto...
Importa que o meu sorriso não se apagou
E a minha fé na humanidade não se perdeu.
Não importa se cheguei na estação depois que o trem partiu
Importa que a vida não acabou ainda
E, se não houver outra alternativa,
Não desistirei da jornada
Tomarei outro trem amanhã...
Não importa se pensam que minha inspiração é insana
Importa que a simplicidade dos versos,
a sonoridade de cada palavra e
a eloquência das entrelinhas
tocam o coração
dos que compreendem a minha linguagem
me acolhem e me fazem sentir em casa outra vez.

(ABrito – New York 2006)

Sunday, January 11, 2009

Saturday, January 10, 2009

“O que faz o deserto bonito é que, em algum lugar, ele esconde um poço.” (Exupéry)

Viver é uma aventura. Uma grande e maravilhosa aventura.
Na jornada da vida sempre nos surpreendemos com alguma coisa. Estamos sempre descobrindo novos caminhos, novos atalhos, novas oportunidades de ser e de fazer diferente tudo o que nos é proposto, todos os planos que elaboramos.
A dinâmica da vida nos leva a apressar o passo, a olhar mais atentamente, a avaliar cada circunstância, a apurar os sentidos, a buscar o equilibrio entre as forças, a compreender os sinais, as vozes, a música e a poesia do tempo.
Mesmo quando “a vida se faz deserto”, quando tudo parece miragens, a certeza de que há um oásis logo ali em frente nos impulsiona a caminhar, a suportar o fogo e o gelo, a enfrentar a instabilidade das dunas, sem medo de perder-se no vazio e na solidão.
Não há outro caminho, senão viver.
Não há outra alternativa, senão buscar e partilhar a felicidade.
Não há outro caminho, senão o Amor, a Liberdade, o respeito à diversidade, a alegria de saber-se amado, de sentir-se respeitado e acolhido.
Não há beleza maior que o sorriso.
Não há bálsamo mais eficaz que a Amizade verdadeira, gratuita e generosa.
Não há música mais linda que o silêncio solidário.
Não há paisagem mais encantadora que o olhar iluminado de quem nos quer Bem.
Não há maior dádiva que a dádiva da Vida.
Viver
Reaprender
Recomeçar... Eis o segredo escondido no poço.

By ABrito, NY 2009

Thursday, January 8, 2009

Meus Pais, em Caicó RN, Brasil. 24 de Dezembro de 2008.



Wednesday, January 7, 2009


Hoje li num jornal que um homem, recem ex-milionário, atirou-se numa linha de trem e morreu imediatamente. Ele estava desesperado por ter perdido “tudo” com a queda da Bolsa de Valores e por não conseguir ver saída diante da crise que assola a América e o Mundo. Pobre homem. Que Deus o acolha.
Eu comecei então a pensar sobre o fato, mas decidi não ir fundo. Não conheço a familia desse homem, nem o seu nome lembro. Para que tentar entender o que não tem como se explicar. Melhor recolher-me e assim evitar mais um julgamento leviano a somar-se a tantos que já foram feitos. Rezar por esta familia é, no mínimo, uma opção mais decente.
Mas não consigo esquecer o fato.
Em que estamos reduzindo a nossa existência?
Isso poderia ter acontecido na minha família, entre meus amigos e pessoas próximas a mim. Poderia, inclusive, ter acontecido comigo. E por que não? Não tenho milhões a perder, mas tenho também “minhas coisinhas”...
Ninguém está isento ou isenta de cometer qualquer ato, por mais absurdo que pareça.
Somos frágeis, limitados, insatisfeitos.
Estamos sempre colocando nas coisas e nos outros a nossa segurança.
Temos medo da falta de coisas. E às vezes quando as perdemos, nos perdemos.
Passamos a vida toda investindo tempo, energia, trabalho, saúde, vida, na incessante busca de coisas. “A medida do ter nunca está cheia”.
Não nos damos conta de que as coisas ocupam espaço demais na nossa vida, mas não preenchem os nossos “vazios”, as nossas “carências”, nossas reais necessidades.
Amor, Saúde, Alegria, Paz, Carinho, Atenção...nada disso se compra e nem sempre temos, ricos e pobres. Não temos por que não semeamos. Não temos porque não oferecemos. Não temos porque nem sempre preservamos.
As coisas são importantes, eu sei. São necessárias. Mas não são essenciais. Sobrevivemos sem a maioria delas.
“As coisas não precisam de você...” diz o poeta.
Quando é que vamos reconhecer a plenitude da vida, hein?
Já tentaram me convencer que “só no céu”. Então o que viemos fazer aqui???
O céu é o lugar do júbilo, da eterna celebração pela única e maravilhosa oportunidade que tivemos de viver como seres humanos, inteligentes, dotados de razão e de sentimentos, capazes de conhecer a felicidade na convivência e na partilha.
“Eu vim para que TODOS tenham VIDA e a tenham em plenitude.” (Jesus Cristo, o Messias). Do céu nos veio a certeza, mas é aqui na terra o lugar da semeadura e da colheita.

Então...

ABrito, Jan 7, 2009

Saturday, January 3, 2009

Lanço um olhar para dentro de mim
Buscando o que não conheço ainda
O que ainda não consigo entender
O que ainda me surpreende, quando o espelho da vida
me retrata.
Concluo, então,
que julgar ou julgar-se,
é pura ilusão.
Somos um mistério
que nunca se revela por inteiro
por mais que nos mostremos.
Por mais que tentemos aprofundaro mergulho
na vastidão magnífica
do nosso ser,
não veremos tudo...
sempre excederemos o parecer.
ABrito-Jan, 2009

Thursday, January 1, 2009


Chegou 2009.
Este é o terceiro ano que vivencio a passagem de Ano em New York. É uma experiência singular, cada ano. É interessante passear pelas ruas de Manhattan neste tempo de festejos Natalinos e de Ano Novo. Há muita beleza em cada espaço, nas Igrejas, nos simples e nos suntuosos prédios residenciais e empresariais, nas vitrines, nas lojas, nas praças, nos parques, enfim, em cada canto desta fantástica cidade.
Mas o que mais me impressiona é o que percebo nas pessoas. Elas assumem no corpo, na expressão dos sentimentos, na fala, na forma de se relacionar, o espírito das festas. Enfeitam as casas e se enfeitam, trocam mensagens (mesmo com desconhecidos), desejam votos de felicidade cada vez que cruzam umas com as outras no ônibus, no metrô, na rua, seja qual for o lugar em que se encontrem.
São centenas e centenas nas ruas, gente de todo o mundo, milhões delas visitam a cidade neste período. São educadas, desculpam-se, agradecem, conversam com os motoristas dos ônibus como se estivessem falando com velhos amigos. Falam ao celular, ouvem música nos ipods, nos discmans e até nos velhos walkmans (aqueles que reproduzem as velhas fitas k-7 – esses, em geral, são estrangeiros estudando inglês, rsrsrsrsrsrsrs...não me incluam na lista!).
Ninguém se importa se você está vestindo a mais cara “grife” ou o seu velho jeans e camiseta. Estão todos no mesmo vagão de metrô... e sempre de cabeças erguidas, confiantes, certos de que tudo vai ficar bem.
Por falar nisso, esta é uma característica que admiro no Americano. O Otimismo, a auto-confiança, o orgulho de sua cidadania. Eles podem falar mal dos governantes, mas não do País. Amam e defendem a bandeira e prestam juramento de lealdade a ela, todos os dias nas escolas. Não há arrogância nisso, há uma “certeza” de que são os melhores, estejam na posição social que estiverem. Não existem trabalhos “inferiores”, existem salários diferentes. Qualquer trabalho se for honesto e gerar dinheiro, é respeitado e executado com orgulho. E cada um procura melhorar sua situação de vida, se aperfeiçoando e trabalhando mais e mais.
Eles confiam em Deus, fazem suas preces em familia, participam da liturgia dominical em suas Igrejas (se professam alguma religião), participam ativamente de trabalhos sociais, são voluntários para tudo que é campanha em favor da vida e isso conta também para o currículo deles; confiam no País e em si mesmos.
Nada é de graça. Paga-se tudo e paga-se caro. Ganham bem e salvam cada centavo, economizam tudo. Gastam até para economizar.... Só compram em promoções (o comércio vive disso) e recortam cada cupom de desconto nos jornais para utilizarem nas compras ou para passar para alguém na fila do supermercado.
Não estou aqui “canonizando” este povo. Não optei pelo “American Way”. Tenho meus princípios, minhas crenças, meus valores. Amo a minha Pátria e dela não abro mão. Vou voltar sim para o meu País. Mas conviver com esta gente, tem sido, no mínimo, interessante! O espírito de liberdade, de respeito às diferenças, de acolhimento desse povo me encanta de verdade.
Bom, mas eu estava mesmo dizendo que 2009 chegou... que seja Bom para todos nós, para o mundo inteiro. Que traga Justiça e Paz a fim de que não haja tanta desigualdade. E que o otimismo, associado à ação se difunda pelo mundo inteiro superando a crise que ameaça desestruturar as Nações. Mas, sobretudo cresça e floresça o Amor, a Fraternidade, a Solidariedade e a Paz.

A propósito, não vou à Times Square nem ao Rockfeller Center na passagem do ano...assisto pela TV, com minhas Irmãs de Congregação, e ao nosso modo nos divertimos bastante além, é claro, de rezarmos por todos vocês, rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs.